Vera Bussinger
Aproveito, hoje, aqui e agora para realinhar Artigo anterior sobre esperança, porque se encaixa com muita propriedade, ao momento que vivemos.
Falar de esperança quase sempre nos remete aos conceitos cristãos que marcaram fortemente o mundo ocidental. Nos conduz à virtude que, juntamente com a Fé e o Amor, forma a tríade das virtudes teologais. Porque, justamente, foi esta tradição que deu lugar de destaque à virtude da Esperança.
E nada mais oportuno que amor, fé e esperança para levarmos na bagagem enquanto nos deslocamos e atravessamos estes tempos de pandemia.
Estes predicados podem, em muito, nos auxiliar e nos auxiliar a ajudar a outros a vencer os desafios decorrentes dos problemas gerados por essa epidemia planetária.
“A pandemia de Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2 ou Novo Coronavírus, vem produzindo repercussões não apenas de ordem biomédica e epidemiológica em escala global, mas também repercussões e impactos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos sem precedentes na história recente das epidemias”. (portal.fiocruz.br/impactos-sociais-economicos-culturais-e-politicos-da-pandemia)
“A estimativa de infectados e mortos concorre diretamente com o impacto sobre os sistemas de saúde, com a exposição de populações e grupos vulneráveis, a sustentação econômica do sistema financeiro e da população, a saúde mental das pessoas em tempos de confinamento e temor pelo risco de adoecimento e morte, acesso a bens essenciais como alimentação, medicamentos, transporte, entre outros”. (Idem)
Além disso, a necessidade de ações para contenção da mobilidade social como isolamento e quarentena, bem como a velocidade e urgência de testagem de medicamentos e vacinas evidenciam implicações éticas e de direitos humanos que merecem análise crítica e prudência. (Bidem)
Pelo descrito, se pode prever a travessia de momentos difíceis nos quais será necessário boa dose de solidariedade, compaixão e disposição em pôr a mão na massa. Sobretudo de esperança! Que nos impulsiona, nos faz mais humanos.
Mas, por favor, não vamos discordar se as divergências forem menores! Tampouco falar em crise, responsabilidades ou tentar achar culpados!
Porque precisamos muito construir consensos. O que somos hoje começou a ser construído naquilo que fomos e fizemos ontem. E o que seremos amanhã, dependerá de nossa capacidade de sonhar e construir no presente, o nosso futuro. Portanto, se concentre e mantenha o foco naquilo que nos pode trazer esperança!
“Quem espera, sempre alcança!”, já diz o dito popular. Quando nada se espera, não se encontra o inesperado. Quem não espera e não busca, fecha definitivamente as portas para o encontro. E, não obstante todas as dificuldades que se possa encontrar no caminho, a saída para a desesperança é olhar para o futuro. E nele projetar nossos maiores sonhos!
A esperança é, em essência, um horizonte que se descortina, um apelo que nos convida a caminhar e a ir sempre adiante pelos caminhos da vida. Porque é precisamente ela – a esperança! -, que sustenta a capacidade de sonhar e cria nossos projetos no amanhã.
Orientado para estas circunstâncias, o pensamento contribui para a construção de pontes para o futuro, arquitetando soluções, buscando estabelecer novos compromissos de bem-estar pessoal e social, com amor e fé.
Utiliza a esperança como combustível essencial que coloca em marcha as ações humanas. Muda-se, assim, o paradigma do sentido de existir: viver é adentrar no futuro!
Assim, portanto, não mais se trata de chafurdar no que já foi, remoendo e lamentando a existência, o que ficou para trás. Trata-se, agora, de aprender com o passado, viver o presente e construir o futuro.
Escolhendo ter esperança! Porque se acredita na construção coletiva de dias melhores e mais fraternos, onde o amor ao próximo se traduza em ações concretas de paz e harmonia rumo a igualdade de oportunidades.
O futuro já começou!