A preservação e conservação do meio ambiente, seja ele natural ou urbano, já faz parte da agenda mundial. O assunto tem sido amplamente debatido por governantes, na opinião pública, redes sociais, pela mídia, por instituições e escolas. Há empresas que organizaram departamentos inteiros voltados para a sustentabilidade e responsabilidade social.
Assim, neste 5 de junho de 2018 temos o que comemorar! Valeu a conscientização iniciada em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, onde se instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, cujo resultado celebramos acima.
No Brasil, o dia virou uma semana. Celebrada em todo território nacional, em pequenas e grandes comunidades, incentivada por governos e instituições locais, ativistas se mobilizam, crianças e adultos se imbuem de ações positivas.
Essas ações e atitudes resultaram em ampla divulgação, alavancada pela amplificação que as redes sociais dedicam ao tema. Nesta semana, grande parte da produção cultural e intelectual também se dedica ao Meio Ambiente. São muitos artistas, músicos, escritores, filmes, livros e os meios de comunicação trazem alertas sobre o risco que existe em se ignorar que estamos indo longe demais na busca por desenvolvimento econômico, sem sustentabilidade ambiental e social.
Passada a semana, a implementação das medidas necessárias é abandonada. Só volta à pauta se os riscos e ameaças se consubstanciarem em tragédia, tais como as vividas em Mariana, no interior de Minas e em Mairiporã, na grande São Paulo. Situações diferentes, mas com resultados igualmente nefastos: morte de pessoas e animais, grave perda de patrimônio ambiental com perda de atividade econômica e propagação de epidemias, deixando um cenário de desolação e tristeza que nos envergonha a todos.
Acordos nacionais e internacionais são estabelecidos, mas nem sempre suas metas cumpridas. Protocolo de Kyoto, Acordo de Paris, Rio 92, Rio +20, entre outros, conferem aos países responsabilidade pública, registrada e fotografada, contudo, com baixa efetividade e compromisso. O noticiário recente dá conta de que o presidente Donald Trump decidiu abandonar o Acordo de Paris e pronto! Decidiu que a nação mais rica do mundo não mais está comprometida com emissões, nada tem a ver com o efeito estufa e tampouco com a concessão de benefícios aos países mais pobres para que possam enfrentar mudanças climáticas.
Em muitos casos, interesses econômicos e políticos se sobrepõem, ao interesse ambiental e de comunidades. Nosso país dispõe de excelentes instrumentos: Código Florestal, Políticas Nacionais e Setoriais de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Saneamento Básico, Resíduos Sólidos. Mas carecemos de acompanhamento de metas, fiscalização, orientação e recursos técnicos, humanos e financeiros.
Agrava, ainda, a situação, crises sucessivas: institucional, política, moral e econômica que assolam nosso já tão combalido país. E com elas outros desmandos. Empresas acabam por se beneficiar não somente com recursos fraudulentos e, muitas vezes, produzem produtos “ditos” ecológicos ou orgânicos, valendo-se de certificações somente para lucrar e produzir mais.
Destarte os resultados positivos já alcançados, precisamos avançar com compromissos mais firmes, com ações e resultados efetivos. Isto se faz pela aplicação no cotidiano de princípios sustentáveis à prática do dia a dia. Seja no nível macro a cargo dos governos, empresas e instituições que são os responsáveis pela execução de políticas públicas, seja a nível do cidadão pela introjeção de práticas sustentáveis que resultem em economia de água e energia, ampliação do patrimônio verde mesmo em meio urbano, separação de resíduos recicláveis, atitudes positivas junto à comunidade de solidariedade, apoio e respeito, na qual não se pratica e não se tolera pequenos deslizes.