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PLANTE UMA ÁRVORE!

Um antigo ditado dizia que “para uma pessoa estar plenamente realizada, precisava escrever um livro, ter um filho e plantar uma árvore”.

Este singelo ditado nos remetia a nossas escolhas pessoais, num tempo em que, para se escrever um livro, era preciso ter o que dizer ou algo informar, ou ainda, o resultado de pesquisa relevante a divulgar, ou boa literatura a compartilhar, ou até mesmo um compêndio de poesias para encantar.

Já para ter um filho, as circunstâncias eram mais conservadoras, não dependendo da vontade de apenas um. Ainda pouco se falava de reprodução assistida, inseminação artificial, congelamento de óvulos, entre outras possibilidades que a pesquisa científica nos abriu de forma mais acessível nos últimos vinte anos.

Também a ciência avançou permitindo criar-se mudas em laboratórios, sementes transgênicas e alimentos produzidos por meio de técnicas de engenharia genética que promovem alterações no DNA de algumas espécies, alterando a forma clássica de plantio, possibilitando, por analogia, árvores de proveta.

Mudaram os tempos e sinônimo de realização, hoje em dia, tem mais a ver com status, poder, likes e lives, número de seguidores nas redes sociais, ganhar o primeiro milhão de dólares ou adquirir fama, se tornar um astro ou uma estrela de sucesso.

Independente dos avanços científicos, novas tecnologias, mudanças estruturais na sociedade e modernidades que oferecem um mundo de novas possibilidades e oportunidades, ainda se pode lançar mão de perspectivas simples que também são uma forma de se conectar às práticas globalizadas, usando os bons e velhos métodos.

Assim é que o ato simples de se plantar uma árvore pode produzir enormes diferenças nos ambientes, não somente nos naturais, mas também no ambiente social e na forma de interação entre as pessoas.

As árvores, quando adultas, podem absorver do solo, cada uma, até 250 litros de água por dia, ajudando a corrigir solos alagadiços. A água absorvida da terra, cheia de nutrientes, é absorvida pelas raízes e se transforma em alimento para a toda a planta. Por sua vez, folhas, frutos e raízes servem de alimento para diversas espécies de animais. Essas mesmas folhas que formam a camada abaixo das árvores, são usadas como berço para sementes e para proteção do solo da grossa pingadeira das chuvas, evitando que os pingos castiguem diretamente o solo, causando erosão.

No meio urbano, as árvores exercem papel fundamental na conservação das cidades!

Auxiliam na conservação da temperatura, reduzindo os efeitos das “ilhas de calor”. Oferecem sombra, reduzindo as temperaturas. Na Cidade de São Paulo, por exemplo, há diversos microclimas com diferenças de temperatura variando em até 4 graus, causados pela falta de cobertura verde em diversas regiões densamente habitadas e com alto índice de impermeabilização do solo, sem arborização.

A arborização, além de tornarem mais bonitas e agradáveis ruas e avenidas, pela fotossíntese, auxilia na redução dos níveis de poluição. Pela absorção da água das chuvas, torna-se fundamentais para a diminuição dos níveis de enchentes.

De modo invisível, no transpirar das árvores, as folhas podem exalar até 50 litros de água por dia, retirando do ar elementos nocivos, protegendo as localidades dos altos níveis de poluição atmosférica. Isso faz com que ao redor dos parques o clima seja mais úmido e fresco. Os parques exercem múltiplas funções, principalmente em ambientes urbanos. Suas árvores formam um escudo que protege da propagação de ruídos, silenciando os barulhos urbanos, criando ambientes mais harmoniosos e aconchegantes. Absorvem o gás carbônico (CO2) e liberam oxigênio. E cada vez mais, também formando parques lineares, os chamados empreendimentos “verdes”, utilizam-se de “cercas vivas”,

formadas por um cinturão de árvores, amenizando a construção de altos muros e valorizando os imóveis.

Considerados “oásis” em meio aos aglomerados citadinos, os parques propiciam o encontro entre as pessoas, destas com a natureza e o aproveitamento para atividades culturais, de contemplação, lúdicas e lazer. Facilitam o conhecimento da biodiversidade e das espécies. Esse é o caso da Praça Dom José Gaspar, lindeira à Biblioteca Central, no Centro da capital paulista, cujo passeio é ladeado por espécies vindas das diversas regiões do Estado de São Paulo. Destaque-se que a formação arborística da Praça não se deu ao acaso: as espécies que ali se encontram foram escolhidas a dedo, dentre as regiões paulistas, pelo Arquiteto Ramos de Azevedo.

Em mais de uma oportunidade, pude desfrutar da paz e da exuberância do verde em meio à viagem à Franco da Rocha, vindo de Mairiporã, parando por cinco pouquíssimos minutos na Estrada do Governo, entrando vegetação a dentro, pisando as folhas, massageando os pés e passeando para aliviar a tensão e o estresse, retomando viagem com mais vigor.

Árvores melhoram a qualidade de vida das pessoas! Pelo simples fato de estarem no nosso caminho. Tal como a floração dos Ipês nesta época do ano, colorindo de alegre amarelo, ruas, matas e avenidas… misturadas às Patas de Vaca, aos Tapiás, aos Manacás… minha terra tem palmeiras onde cantam sabiás! À sombra de suas copas descasamos, marcamos encontros, escutamos música…

Desnecessário argumentar mais… Já plantou uma árvore? Temperos em pequenos vasos? Uma floreira? Tenha a garantia de que a satisfação é certa. Vai rapidamente sentir a vontade de acompanhar o desenvolvimento da pequena planta que pouco a pouco se transforma, toma forma e se espalha no vaso ou no canteiro.

Quer mais realizações? Sugiro começar plantando uma árvore! Também pense em escrever um livro; talvez um poema… ou vários. Há muitos conselhos de como tornar-se um bom escritor na web. Tem boas condições emocionais e financeiras? Talvez uma família estruturada? Por que não ter um filho natural ou por meio de adoção? Ou mesmo formar ou participar de uma rede de ajuda para crianças?

Pensando bem, ainda hoje, uma das formas de buscarmos nossa realização, seja aquela que transcende a satisfação pessoal. Seja a que se assemelha mais à realização que combinam o olhar atento e o benefício ao outro ou à natureza, combinado àquilo que nos traz satisfação pessoal.

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