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Tema: “O Papel da Imprensa e a Sociedade”

PROJETO SEIS E MEIA EM DEBATE

“O Papel da Imprensa e a Sociedade” Maio de 2009

“Projeto Seis e Meia em Debate” trouxe para discussão no mês de Maio o tema: “O Papel da Imprensa e a Sociedade.

Este Tema palpitante foi definido em face de diversos comentários de pessoas leigas ao jornalismo arguindo sobre o “mistério” em torno da definição das pautas jornalísticas e de assuntos que são de domínio público “de repente” passarem a ter grande destaque na mídia, a exemplo da história das passagens aéreas. Isso não era novidade. Então porque que a imprensa pinçou esta pauta? Como é isso? Como a imprensa forma a opinião? O que entra e o que não entra no noticiário? Sabemos que existe o jornalismo informativo, investigativo, político, de formação, jornalismo de denúncia, etc. Como é definida a linha editorial dos Jornais impressos e televisivos? Afinal “a imprensa informa, reforma ou deforma”? A discussão deste tema é uma forma de entender um pouco este “mundo”.

Então, escolhidos a dedo, o evento contou com a apresentação de Sergio Gomes, diretor da Oboré e Teresa Miranda, diretora do Atelier de Imagem e Comunicação como debatedores. O primeiro, particularmente preocupado com a formação do jornalista. E Teresa, que atua na esfera pública, compromissada com a verdade e a correta divulgação da informação, falou de sua apreensão quanto à forma, qualidade e quantidade de informações que é despejada pela mídia sobre a cabeça das pessoas..Para apimentar ainda mais o debate, este saboroso assunto teve a participação de um seleto grupo de pessoas, entre jornalistas renomados e curiosos do assunto.

Sergio Gomes, em sua apresentação comparou o jornalismo do passado e o atual apontando as grandes mudanças pelas quais o jornalismo passou nas últimas décadas, seja na área tecnológica, na forma de pensar o jornalismo e, principalmente, na formação do jornalista. Crítico, foi logo dizendo que as condições de trabalho do jornalista e sua formação são ruins. Enfatizando sua história pessoal, lembrou que nos pesados tempos dos anos setenta “a gente não tinha formação de jornalista, mas tinham pessoas que liam muito, na época da universidade, discutiam, faziam política, tinha um bom ensino e hoje não é assim”. Citando Chaparro disse: “naquele tempo a imprensa entre o fato e a comunicação do fato tinha um tempo que era do jornalista. Era o tempo que o profissional tinha para preparar a matéria. Tempo para depurar, interpretar e incrementar as informações para comunicar o fato. Hoje os jornalistas não têm mais esse tempo, foi reduzido e, entre o fato e a comunicação do fato, o fato já está sendo comunicado imediatamente”.

“Um dia nós vamos ter que contar essas coisas, da maneira como elas foram, porque as coisas nasceram muito singelamente. Depois disso as histórias começaram a ser contadas, já com um nível de abstração muito maior e isso de um jeito que não ajuda os jovens de hoje, que tem melhores meios de comunicação, internet, todo mundo tem celular. Então tem gente que acha que essas coisas já nasceram prontas. Sistema Único de Saúde, as idéias do direito ao transporte, de como as cargas se movem, bilhete único, etc…, que tudo isso caiu do céu, …. que veio um americano aqui dizer…”

“Isso está muito ligado a um tipo de gente que por acaso estava na USP no inicio da década de 70. Então é um pouco do pessoal que fez a retomada do sindicato dos médicos, dos engenheiros, dos jornalistas, associação dos sociólogos, enfim o teatro, o cinema aqui em São Paulo. Eu acho que esta história está precisando ser contada de verdade. Na escala humana, na coisa do relato quase que da crônica para que as novas gerações  percebam que um mais um não é dois, pode não ser dois”.

E, de volta ao tema, completou: “Importante dizer que grande parte da informação que se chama de mídia, que influi na formação da opinião pública não é necessariamente de empresas de jornalismo. Alguma coisa muito complexa, muito complicada está se transformando neste momento numa coisa crítica. Tem seus prós e seus contras, mas não é uma questão de você ter opinião a favor ou contra, é preciso saber compreender o se passa, o que é que está acontecendo. Os jornais vão para um lado e a formação da opinião pública vai para o outro. E isso não é recente. É só lembrar a campanha das ‘Diretas Já’ e a ‘última eleição do Presidente Lula’. O que houve? Porque as coisas acontecem assim? Qual o papel dos grandes meios? Porque que existe uma opinião pública que se forma de maneira molecular? Então, em minha opinião, deveria ter um lugar onde se pudesse conversar sobre isso, trocar idéias, buscar respostas porque isto não é um fenômeno qualquer”.

“O tipo de jornalista que se precisa hoje não é mais do tipo do pessoal de 20 ou 30 anos atrás. Agora, o jornalista já tem que ter uma ideia, uma concepção não dogmática, não fechada, e saber do que falando para que ele imediatamente possa explicar os fatos e trabalhar isto de uma maneira que tenha algo mais do que simplesmente a notícia seca. Hoje todo mundo tem um celular e se estiver num campo de futebol pode transmitir o jogo direto para uma rádio web, uma rádio comunitária ou universitária. Antigamente era necessário um caminhão, gerador de transmissão, etc. Hoje essas transmissões se dão muito rapidamente”.

As condições de trabalho são diferentes. Hoje as editorias foram transformadas em centro de custo e o editor é cobrado no final do mês o quanto gastou. É ultima coisa que o editor quer. Então o jornalista acaba fazendo a entrevista por telefone, porque não tem mais a liberdade de pegar o carro da empresa e o fotógrafo para ir ao local para fazer a matéria, porque isso é despesa. Hoje para cobrir matérias você só tem o fotógrafo e o jornalista quando o Presidente da República está aqui ou quando tem um grande caso como o de Santo André”.

“Outra situação complicada e que mudou, é a qualidade, a bagagem intelectual dos jovens jornalistas que as faculdades estão colocando no mercado. O menino faz um curso fundamental, mesmo privado, ruim. Faz um curso médio ruim e faz uma faculdade ruim, aí o cara, de repente é jogado no mercado, ruim. Então o jovem jornalista não tem informação, não tem e não conhece história, ou seja, não tem bagagem intelectual. É claro que antes isso também acontecia, mas era suprida, de certa forma, pelos bons editores que orientavam o jornalista. A própria pauta já era uma orientação, uma indicação. Hoje as pautas são muito ruins. São voltadas para chocar, para as pessoas chorarem, informam pouco.”

Podemos perguntar: Quantos aqui assinam, recebem em casa toda manhã a “Folha” ou o “Estadão”? Três são assinantes. Quantos compram na banca todo dia “Folha” ou o “Estadão”?. Uma pessoa. Então, alguma coisa parecida com 80% da tiragem da “Folha” ou do “Estadão”, aqui em São Paulo já está previamente vendida, por assinatura. Portanto, o jornal não consegue a cada dia medir se está acertando ou errando. O jornal já está vendido. Então não tem muito essa coisa de temor das manchetes, temor de não vender no dia seguinte. O jornal já está vendido mesmo o que dificulta para se apurar se realmente o jornal está indo bem ou não.

Hoje as informações que se tem no cadastro de assinantes da “Folha” ou o “Estadão” é que não há assinantes com menos de 30 anos. Se alguém é leitor com menos de trinta anos, o cadastro está no nome do pai ou da mãe, etc.

Na redações da Folha, há algum tempo atrás, a média de idade era 9 anos menos do que dos leitores.

Estamos vivendo num tempo onde há uma proliferação dos blogs, uma mentirada toda que circula na internet. É preciso saber filtrar.Vivendo um momento que já não é de noite é não de dia, não sei dizer se é crepúsculo. Seria hora dos especialistas dizerem o que está se passando ou o que está acontecendo. Onde é o lugar para discutir tudo isso. Não no sindicato dos jornalistas, lá estão voltados para discutir salários. Qual é, então, esse lugar”? E, assim, finalizou Sérgio sua abordagem inicial.

Lembrando seu trabalho de assessora de Comunicação com Mário Covas, Teresa Miranda iniciou sua exposição: “Ele era uma pessoa muito antenada, tinha muita preocupação com gente. Então foi muito interessante trabalhar com ele por conta disso. Pela importância que ele dava à justiça social, ao bem querer, à cidadania. Aprendi muito neste período. Depois passei pela Assembléia Legislativa onde tive a oportunidade de reencontrar com o Sergio e colocarmos no ar a TV Assembléia. A seguir passei pela Prefeitura de São Paulo senti diretamente a necessidade das pessoas. Na leitura que a população faz do público, o governo federal é o “Olimpo” que poucos conseguem atingir; o governo estadual fica no meio como ‘um sanduíche’ entre o governo federal e o governo municipal. E a prefeitura lida com o dia a dia da vida das pessoas, é o transporte público, é a saúde, é a creche, é um embate homem a homem. Foi interessante o trabalho lá”.

Mas, a experiência que estou vivendo desde janeiro de 2007 – e é por isso que peguei este gancho -, para trazer a este grupo uma discussão de verdade, porque, em realidade, preciso ‘beber um pouco da fonte’. Porque eu não tenho as respostas, gosto de participar destes encontros pra ouvir as pessoas e trocar.

Sinceramente estou extremamente assustada e até mesmo chocada com as relações com a mídia, de uns tempos pra cá. Sou de uma época em que a televisão, por exemplo, só lidava com os grandes casos. Focando na segurança pública porque são casos muitos atuais, acho que reflete um todo muito grande. De como o país está vivendo a questão da imprensa, e de como o cidadão recebe a informação e é isso que tem me preocupado muito.

Lembro, que na minha época de repórter de rua, o Jornal Nacional, por exemplo, lidava com as questões da violência em cima dos grandes casos, por exemplo, “o seqüestro do filho do Mofarrej”. O Jornal Nacional, à época, dedicou reportagem sobre isso, mas era um dos grandes casos. Hoje, o Jornal Nacional, tem dedicado cerca de dois blocos diários do telejornal para tratar do tema ‘violência’. A redação da Globo em São Paulo, atualmente,  tem um núcleo apartado da sua produção do dia a dia só com repórteres, produtores, e chefias especiais para lidar com a questão da violência.

Hoje a guerra da audiência, na mídia eletrônica, falando de televisão, se dá basicamente na área comercial usando o viés da violência. E coloco “na violência’ os escândalos, não é só o “matou, roubou, estuprou”, por exemplo, mas as denúncias, o caso Dantas, as CPIs, e tudo mais.

A imprensa não está nem um pouco interessada em contar história. A imprensa hoje não está interessada em resgatar memória. Penso que a imprensa hoje está interessada no factual, e com pouca análise. E aí a gente anda um pouquinho pra atrás e relembra da Escola Base: vamos manchetar, vamos fazer a matéria, a imprensa se calçou no depoimento de um delegado, um caso, uma pessoa, e destruiu uma escola, uma família. E anos depois a justiça absolve aquele casal dizendo que eles não tinham nada a ver com aquela historia.

De maneira correlata, o meu susto vem de coisas como, por exemplo, o caso do cárcere privado da menina de Santo André. Sofri muito naqueles dias. Não pelo volume de trabalho, mas porque, se a imprensa não tivesse cobrindo o caso da forma como cobriu, o caso não teria durado cem horas. Se a imprensa não estivesse cobrindo aquele caso da forma antiética e trazendo pra si a decisão, porque em alguns casos, alguns jornalistas se sentiram no direito de interferir na situação que estava colocada ali. Por exemplo, o negociador da libertação da menina foi interrompido por jornalistas. O negociador conversando no celular com o sequestrador, na fase do convencimento, onde a linguagem já estava estabelecida, quando o cara já estava se sentindo seguro com o negociador, era interrompido para atender outra ligação de um jornalista. Este é um dos casos graves onde o afã da notícia faz com que alguns desfechos não sejam muito bons.

Na Secretaria da Segurança Pública são recebidas 3000 ligações/mês para atender imprensa pedindo pauta. O que eu temo é o estilo do jornalista. É o jeito do jornalista com o dedo em riste pedindo pauta. Antigamente nos jornais, havia os jornalistas que cobriam casos de violência, que eram chamados ‘jornalistas de porta de cadeia’, assim como o  ‘advogado de porta de cadeia’, que conseguia as notícias com o delegado.

Hoje, você tem na imprensa escrita, alguns jovens jornalistas, que encontraram no tema violência, um caminho para trilhar sua carreira. Foram estudar, fazer doutorado, mestrado, mas são exceções..Poucos se aprofundam, mas isso tem que ser valorizado, ainda que seja nestes assuntos. A imprensa hoje tem memória curta e contribui para que o cidadão também tenha. O fato de hoje é mais importante que o fato de ontem. E o fato de ontem também é um fato sério. Hoje você abre o jornal e vê a manchete e você diz, mas o jornalista nem me procurou para saber. O que vale é a manchete! É o factual! É o fato do dia.

Neste ponto, Sergio Gomes, procurando comprovar o que Teresa dizia, distribuiu papéis em branco, com o objetivo de fazer uma “pesquisa”. Testando  o que ela havia dito, pediu aos participantes para classificar estatisticamente sua percepção sobre os homicídios: de cada 100 homicídios, quantos pensavam ser criminais, quantos policiais e quantos seriam cometidos por  cidadãos comuns. Feita a contagem, na média, os presentes responderam que: 49% são criminais, 27% são policiais e 26% são pessoas comuns. E completou: “Isso dá suporte para a ideia de que está ‘tudo dominado’. Os dados computados mesmo não oficiais, é que para cada 100 homicídios 5% são criminais, 15% são policiais e 80% são praticados por pessoas comuns. Nós estamos falando de uma imprensa que é um espelho côncavo. Quem faz este levantamento é o jornalista Caco Barcellos. É o contrário do que as pessoas pensam e quanto mais para o povo você for, mais acham que está tudo dominado. Esta é a impressão que a mídia passa. E quando acontece aqui em São Paulo, redução sistemática do número de homicídios, e tem sido assim ano a ano, vem o Governo Estadual e diz que é competência de sua polícia e isso não é de fato. A redução da criminalidade depende de ter mais escolas abertas no final de semana, mais festa, mais atividade cultural, associativa, esportiva e de lazer”.

Prosseguindo, Teresa completou: “A internet trouxe outro movimento, que quando o Sergio diz que os leitores da Folha não têm menos de 30 anos, é porque os jovens pegam a notícia da internet ou do rádio. Embora, penso que escutam pouco rádio. Então pegam mesmo da internet. Eu não tenho como medir isso.  Via de regra, a notícia de Internet é tão imediatista, é tão falha e tão curta que é impossível contar toda a verdade dos fatos.

É incrível como a mídia em geral se pauta pela internet. Vai atrás da notícia que leu no  Blog’, no ‘Wikipedia’, que viu no site de uma instituição, sem checar as informações. As regras básicas do bom jornalismo ‘vamos ouvir todos os lados envolvidos, vamos checar todas as informações até o momento em que você esteja convencido da verdade e de tudo’, não é mais assim. Alguém falou, mete aspas e dane-se. O exemplo, a ficha da Dilma que era falsa, era mentira, alguém contou aquela história. A pessoa está interessa em ouvir a versão de alguém, mas não vai checar se é verdade. É claro que tem coisa legal, há algumas coisas boas e interessantes em alguns jornais. Daí o grande número de assinantes do JB, do Globo. Isso nos dá conta de que nem tudo está perdido”.

“A guerra de audiência, que é uma guerra comercial, também se reflete na mídia impressa. Nos jornais de fim de semana, onde você tinha muito mais análise, não tem mais. Hoje os jornais que circulam no domingo, fecham a uma da tarde. É muito difícil trabalhar. Não importa se acontecer alguma coisa às 8:05 horas.. A edição Brasil fecha às sete da noite, no máximo às oito horas. Tem que ir para o interior, tem que vender jornais, tem que atender assinantes”.

Estou preocupada com este comportamento imediatista, pouco cuidadoso, com denúncia a qualquer preço e que, por vezes, que não se consolidam nem se aprofundam. E que fica a notinha de rodapé para quem precisar se defender.

“Essa é uma discussão que vale a pena: o que é que a população está recebendo de informação. Não só a quantidade, que é monstruosa, mas em relação à qualidade dessa informação. Se é abrangente o suficiente para que cidadão forme a sua opinião. É disso que se trata, dar informação com abrangência total, ouvindo todos os lados, todos os envolvidos, todas as vertentes para que o cidadão forme sua opinião.

No meu tempo de repórter, a gente tinha uma responsabilidade enorme pra citar o nome de alguém, pra falar sobre alguém ou de fatos. Hoje, isso está muito solto. O jornalismo, a imprensa, em princípio, tem o papel de bem informar, e eu não acredito na boa informação do cidadão”.

Concluída a apresentação de Teresa, Enio Squeff, desabafou: “Estou envergonhado por alguns amigos. Depois de 25 anos de jornalismo e de ver tantas coisas, eu fico espantado. Eu compartilho desta preocupação, mas que por outro lado me leva para uma espécie de maniqueísmo. Porque quando me deparo com uma situação como aquela em que foram usados 700 mil dólares para a compra de um dossiê, o que me deixou mais espantado foi quando eu vi, pela primeira vez, que a imprensa está mais interessada na compra de um dossiê do que pelo próprio  dossiê. É um casuísmo da história, onde você tem um dossiê que pode ser gravíssimo ou pode não ser nada, mas você tem a compra de um dossiê. A compra do dossiê é um caso legítimo, qualquer um pode comprar um dossiê”.

E Janos, complementou, “e do citado dossiê, ninguém ficou sabendo! E caiu no esquecimento e poucos lembram. A própria imprensa se encarregou de abafar porque percebeu a mancada. Mas não é assim com todo mundo. E aí fica só o ‘direito de resposta’ que hoje, é mais ou menos assim: ligamos pro fulano e não conseguimos falar com ele. E está dado o direito de resposta.

Nesta altura do debate, entre muitas opiniões e pitacos, este assunto foi ganhando corpo. Lembrou-se que grande parte das editorias envia o repórter já com a matéria pronta, esperando só a opinião de um dos envolvidos para completar a matéria e, na maioria dos casos, só com uma frase pinçada, sem refletir a opinião do entrevistado. Prática recorrente, seja em matérias ilustrativas, em denúncias e informações relevantes para a opinião pública. Comentou Frederico Bussinger, que nas diversas entrevistas que tem oportunidade de fazer, por diversas vezes envia informações prévias ao jornalista no sentido de complementar as informações solicitadas, objetivando além de bem informar a opinião pública, complementar o repertório do entrevistador sobre o assunto e, que mesmo assim, há casos em que a informação sai truncada. Comentou-se muito que jornalista adora estatística. E que nem sempre os números refletem ou ilustram a matéria em questão.  Também foi lembrada a importância dos “cadernos” especiais, prática usual de Jornais como o New York Times ou o Le Monde que trazem informações selecionadas, explorando mais determinados assuntos. E o quanto se ressente disso por aqui. Enfim, lembrou-se que este era um grupo de pessoas diferenciadas que gostam e precisam do jornalismo, afinal estavam reunidas em plena segunda-feira para conversar e debater!

Carlos Schad, comentou pontualmente que “na ‘Folha de domingo’ , 32 páginas dos cadernos, de papel superior, são de propaganda. Então a gente chega à conclusão que o restante, a parte jornalística, é subsidiária. Eu leio jornal desde  pequeno e realmente mudou muito. A impressão que fica é que tudo está dominado pela sociedade do espetáculo e a gente, gostosamente, vai nisso. A gente assiste, acompanha!”. E, a discussão esquentou de novo, desta vez, tendo como alvo o sensacionalismo que vende muito jornal e garante audiência na TV da pior forma possível, etc e tal!

Respondendo a estudantes sobre o fim da Lei de Imprensa, Tereza concordou com a medida: “Em relação à Lei, que caiu há alguns dias, eu sou extremamente favorável. Nossa Constituição supre as necessidades, mas a decisão fica ao ‘bel prazer’ do juiz. O direito de resposta é uma coisa importante e me preocupa sobremaneira.  Mesmo o Poder Público tem o direito de resposta e também o cidadão que teve seu nome citado “.

O jornalista Frederico Pessoa contribuiu trazendo a público as mazelas da educação no Brasil, lembrando a desconexão existente entre a escola e a vida e que os problemas de formação iniciam-se no ensino primário e persistem até a universidade, não sendo exclusividade da formação jornalística e a necessidade de incorporar à educação meios de comunicação mais modernos, opinião endossada por Toninho e Carlos Hannickel.

Finalizando, Vera Bussinger lembrou que este é o 6º Encontro que o  IDELT promove, e que estará transcrito sessão de PROJETOS do Portal www.cargaurbana.org.br, mantido também pelo Instituto, dentro do PROJETO SEIS E MEIA EM DEBATE. Enfatizou que, embora seja chamado de CARGA URBANA, não se trata de um Portal somente voltado para a movimentação de cargas, devendo-se o nome ao fato do IDELT atuar na área de transportes e logística com bastante intensidade. “O Portal está voltado para as questões urbanas, soluções para a vida das cidades, contemplando ainda outras áreas, como a de Trânsito, com informações e link direto com o site da CET com informações tempo real, caminhos, etc. O Portal possui extenso acervo técnico, baseado em sólida pesquisa em diversas áreas correlatas, com destaque para o Meio Ambiente. Estou convidando vocês para não só acessar este Debate, mas acessar a sessão do PROJETO SEIS E MEIO EM DEBATE onde os debates anteriores estão transcritos, bem como as demais sessões”, acrescentou.

Até o próximo! Agende-se para o mês de Junho!

O PROJETO SEIS E MEIA é uma promoção do IDELT e do Portal www.cargaurban.org.br,  que acontece sempre às primeiras segundas-feiras de cada mês, às seis e meia da tarde! É claro!

Inscreva-se já para o próximo debate:

 

 

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